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Quem é Karol Eller, influencer que morreu um mês após anunciar ‘cura gay’

[ALERTA: este texto aborda assuntos como depressão e suicídio, o que pode ser gatilho para algumas pessoas. Caso você se identifique, tenha depressão ou pensamentos suicidas, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188]

Karol Eller, influencer apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, morreu nesta quinta-feira (12) em São Paulo, aos 36 anos de idade. A informação foi confirmada pelo Deputado Federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por meio de um post nas redes sociais.

Karol ganhou visibilidade por sua presença nas redes e plataformas de compartilhamento de vídeos, como YouTube, devido às suas polêmicas posições em relação à comunidade LGBTI+ e à sua associação com figuras da direita da política brasileira e do bolsonarismo.

Em 2016, ela publicou um vídeo em seu canal sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que legalizou o casamento homoafetivo. “Nós, gays, temos um coração. Nós não somos animais, somos humanos, pessoas civilizadas, e temos que aprender a respeitar o próximo. Eu só quero respeito”, afirmou, à época.

A influencer criou vínculos com a família Bolsonaro, com quem postava vários vídeos na web. Um ano depois do início do governo bolsonarista, em 2018, Karol foi nomeada para um cargo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), do qual foi exonerada em 2023. Alguns meses depois, a influenciadora passou a trabalhar como assessora do Deputado Estadual paulista Paulo Mansur (PL-SP), que foi o responsável por divulgar a nota oficial de sua morte.

Ainda que já tivesse se identificado publicamente como lésbica, Karol já havia expressado opiniões polêmicas em seus posts. Em um de seus vídeos, por exemplo, ela afirmou que “não é porque um gay morreu assassinado que é homofobia”.

Karol tinha amizade com Jair Renan, conhecido como o filho “04” de Jair Bolsonaro. Ela já foi vista em diversas ocasiões ao lado de membros da família do ex-presidente, assim como de ex-ministros do governo, incluindo Paulo Guedes e Damares Alves.

Em um vídeo de campanha do ex-presidente, ela defendeu que Bolsonaro não era homofóbico, e destacou que a militância do movimento LGBTQIAP+ promovia a ideologia de gênero e a sexualização de crianças. Segundo a influencer, “sexualidade não define ninguém, o caráter sim.”

No início de setembro, Karol havia participado de um retiro cristão, marcando sua conversão para o protestantismo, em que havia afirmado ter “renunciado à prática homossexual”, além de “vícios e desejos da carne”.

Com cerca de 600 mil seguidores em seu Instagram, a influenciadora preocupou ao compartilhar uma ‘carta de despedida’, afirmando que havia ‘perdido a guerra’. Amigo pessoal da ativista, o Deputado Nikolas Ferreira, que vive em Minas Gerais, se alarmou com as publicações de Karol e tentou se certificar de que ela estava bem.

“Estou tentando ligar pra Karol Eller mas ela não atende. Alguém que está em SP pode ligar para a polícia e ir no endereço??”, compartilhou através do Twitter. Uma hora depois, ele confirmou seu falecimento. “Escrevo isso praticamente sem forças, mas infelizmente Karol Eller veio a óbito. Que o Senhor conforte a vida de seus familiares”, lamentou.

Segundo a assessoria de imprensa e comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o fato foi registrado como suicídio consumado no 27º DP (Campo Belo), às 22h00 de quinta-feira (12). Mais detalhes serão preservados devido à natureza do caso.

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