Segundo Leonardo Manzan, as sanções administrativas em licitações e contratos são mecanismos previstos na legislação para garantir a integridade e o cumprimento das obrigações assumidas pelas empresas contratadas pela administração pública. Essas penalidades têm como objetivo coibir práticas irregulares, proteger o interesse público e assegurar a boa execução contratual. Sua aplicação precisa respeitar o devido processo legal e estar fundamentada em normas claras, como a nova Lei nº 14.133/2021.
Com a modernização do regime jurídico das licitações e contratos, houve um aperfeiçoamento das hipóteses de sanção, bem como da forma de apuração da responsabilidade dos contratados. A nova lei consolida regras para responsabilização administrativa, ampliando a transparência e a segurança jurídica nos processos sancionatórios. Neste artigo, serão analisadas as principais sanções administrativas, seus fundamentos legais e os impactos para os licitantes e contratados. Saiba mais, a seguir!
Quais são as principais sanções administrativas previstas em licitações?
A nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos prevê quatro principais tipos de sanções: advertência, multa, impedimento de licitar e contratar com a administração e declaração de inidoneidade. Cada uma dessas penalidades está associada à gravidade da infração cometida e deve ser aplicada de forma proporcional. De acordo com Leonardo Manzan, a correta dosimetria da sanção é essencial para evitar arbitrariedades e garantir a efetividade do sistema sancionatório.
A advertência é uma medida de caráter educativo, geralmente aplicada em casos de menor gravidade ou falhas pontuais. Já a multa tem natureza pecuniária e pode ser combinada com outras penalidades, a depender da situação. As sanções mais severas, como o impedimento e a declaração de inidoneidade, têm impacto direto na capacidade da empresa de participar de novos certames, sendo reservadas a casos de descumprimento grave ou condutas dolosas. Essas penalidades devem ser bem fundamentadas e seguir o rito processual adequado.
Como funciona o processo de apuração de responsabilidade administrativa?
A apuração de responsabilidade administrativa deve respeitar os princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal. O processo sancionatório é conduzido por comissão designada pela autoridade competente, que analisa os fatos, ouve a empresa envolvida e decide sobre a aplicação da penalidade. O respeito ao procedimento legal é indispensável para a validade da sanção e para evitar sua anulação judicial.

Durante o processo, a contratada tem o direito de apresentar defesa, provas e argumentos técnicos que demonstrem o cumprimento das obrigações contratuais ou a inexistência de culpa. A decisão deve ser motivada e indicar os fundamentos legais da penalidade aplicada. Como menciona Leonardo Manzan, um processo administrativo bem conduzido protege tanto a administração quanto os fornecedores, criando um ambiente mais seguro e previsível nas contratações públicas.
Quais os efeitos jurídicos e econômicos das sanções administrativas?
As sanções administrativas podem gerar efeitos significativos na atuação das empresas perante o poder público. Multas elevadas impactam diretamente o fluxo de caixa das organizações, enquanto penalidades restritivas, como o impedimento de contratar, podem comprometer estratégias comerciais e reputacionais. Leonardo Manzan pontua que os efeitos extrapatrimoniais das sanções são muitas vezes mais danosos do que os financeiros, exigindo das empresas uma postura preventiva rigorosa.
Além das consequências diretas, a aplicação de sanções pode afetar o score de risco de fornecedores em plataformas públicas, dificultar a obtenção de certidões e prejudicar futuras contratações com entes públicos. A existência de sanção registrada também pode influenciar decisões judiciais em ações relacionadas a contratos administrativos. O gerenciamento de riscos contratuais deve incluir a atenção às obrigações legais e regulatórias, a fim de evitar responsabilizações futuras.
As sanções administrativas em licitações e contratos são instrumentos indispensáveis para garantir a lisura dos processos de contratação pública e o cumprimento das obrigações pactuadas. A Lei nº 14.133/2021 trouxe maior clareza e sistematização às regras sobre penalidades, reforçando o compromisso da administração pública com a legalidade, eficiência e integridade. Conforme Leonardo Manzan, a aplicação dessas sanções deve ser técnica, fundamentada e proporcional, respeitando os direitos dos licitantes e contratados.
Para as empresas, compreender as hipóteses de penalização e manter uma atuação preventiva é essencial para evitar prejuízos e restrições à sua atividade empresarial. A conformidade legal e o acompanhamento jurídico especializado são ferramentas estratégicas na relação com o setor público. A boa gestão dos contratos administrativos, aliada ao respeito às normas vigentes, contribui para um ambiente mais seguro, competitivo e ético nas contratações públicas.
Autor: Clux Balder